#SomosTodosPadreJulio

Foto / padrejulio.com.br/euapoio/

Neste período da Quaresma, em que a Igreja no Brasil reflete a Campanha da Fraternidade de 2024 – Fraternidade e Amizade Social, fomos surpreendidos com o pedido de abertura de uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo contra os trabalhos do Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua através de um ataque moral infundado à pessoa do Monsenhor Júlio Renato Lancellotti.

Esta manifestação, juntamente com os vídeos de ataques ao trabalho da Pastoral do Povo da Rua na região da Mooca e à própria Paróquia de São Miguel Arcanjo, onde Monsenhor Júlio Lancellotti é pároco, demonstram um sentido contrário já especificado no texto-base da Campanha da Fraternidade, ou seja, que “um dos objetivos da CF 2024 é compreender as principais causas da atual mentalidade de oposição e de conflito, geradora da incapacidade de ver nas outras pessoas um irmão, uma irmã”.

O preconceito e a incompreensão dos trabalhos da Igreja fazem com que se confunda uma Pastoral com uma ONG. Como é de amplo conhecimento, as Pastorais da Igreja, além de não utilizarem verbas públicas, realizam, muitas vezes, um trabalho que deveria ser do Estado e das Políticas Públicas.

Variadas são as formas que levam alguém a morar nas ruas: doenças mentais, famílias desestruturadas, severas condições econômicas, violência etc. Mas a Igreja não se esquece que os moradores em situação de rua são, como nos diz a CF 2024, nossos irmãos – “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23,8). Essa população é carente dos elementos básicos da vida: alimento, água, moradia, higiene, vestuário etc. Antes de tudo são seres humanos que precisam manter sua dignidade humana, como nos lembra o Texto Base da CF 2024:

“0 ponto de partida é o reconhecimento fundamental “de quanto vale um ser humano, (…) Sempre e em qualquer circunstância” (FT, n.106), considerando-o precioso e digno de todo o cuidado. Só exercitando essa visão da vida é que concretizaremos uma fraternidade aberta a todos. Precisamos, para isso, de transpor as cômodas fronteiras que nos dão segurança e tranquilidade. 0 desafio de Francisco é irmos ‘mais além’, percebendo, por exemplo, que a amizade não é um clube exclusivo, mas uma escola onde treinamos competências a serem universalmente aplicadas. Os amigos que só cuidam dos seus amigos reduzem o horizonte da amizade.”

A CF 2024 nos convida a agir: “Somente a ação é capaz de converter o juízo. É acima de tudo a ação e não apenas o argumento que rompe as bolhas, tão características dos nossos tempos. É hora de agir juntos!” Deste modo precisamos agir e estarmos comprometidos com as atitudes de comunhão onde possamos reconhecer as necessidades mais essenciais de nossos irmãos e irmãs, bem como nos posicionarmos aos discursos de ódio que estão cada vez mais frequentes em nossa sociedade. Nós, da comunidade de São Miguel Arcanjo, manifestamos nosso total repúdio a essa irresponsável CPI e a todas Fake News envolvidas por razões politiqueiras e nosso total apoio à Arquidiocese de São Paulo, ao Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, ao Monsenhor Júlio Renato Lancellotti que, carinhosamente o chamamos de nosso padre Júlio. Nós o conhecemos há décadas e o padre Júlio faz parte da história de nossas famílias. Ele tem nosso apoio integral!

Neste ano eleitoral devemos agir com prudência e discernimento e conhecer bem quem são os candidatos que alimentam todo discurso contrário ao amor fraternal proposto por Jesus e vivenciado na Igreja. Todo ataque, físico ou virtual, deve ser repudiado. Estejamos vigilantes!

Comunidade de São Miguel Arcanjo

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