“O laicato, na sua forma organizativa, adquiriu a maturidade eclesial”

F/ Luis Modino

42ª Assembleia Geral do Laicato do Brasil
“Quando o laicato realiza uma assembleia como esta que nós fizemos agora, de revisão estatutária, mostra esta maturidade, esta tomada de consciência da identidade, da missão, da vocação, da importância da organização do laicato na Igreja do Brasil.”

A 42ª Assembleia Geral do Laicato do Brasil, que reuniu em Manaus (AM), de 30 de maio a 02 de junho, 200 representantes dos 19 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, foi encerrada com uma celebração eucarística, presidida pelo bispo de Araguaína (TO) e presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, dom Giovane Pereira de Melo.

No contexto do Jubileu dos 50 anos do Conselho Nacional do Laicato (CNLB), o presidente da Comissão Episcopal para o Laicato destaca que “são 50 anos de presença, de organização, de mobilização. Segundo o bispo, “o laicato, na sua forma organizativa, adquiriu a maturidade eclesial”, afirmando que são 50 anos de compromisso com a missão evangelizadora da Igreja, de compromisso social com as lutas em momentos importantes da vida nacional, e uma tomada de consciência cada vez mais ampla da vocação batismal”.

“Quando o laicato realiza uma assembleia como esta que nós fizemos agora, de revisão estatutária, mostra esta maturidade, esta tomada de consciência da identidade, da missão, da vocação, da importância da organização do laicato na Igreja do Brasil”, ressaltou dom Giovane Pereira de Melo. O bispo disse que “é preciso crescer, não só o laicato, também os ministros ordenados. Ainda está muito presente nos ambientes eclesiais o clericalismo, ainda há resistência e pouca compreensão em alguns ministros ordenados da importância da organização do laicato através dos conselhos de leigos”.

Na 42ª Assembleia Geral do Laicato do Brasil foi aberta uma pauta para o Ano da Missão, que será realizado em 2025, depois de viver em 2023 o Ano da Profecia e em 2024 o Ano do Testemunho, “de pensar não mais um Conselho, mas pensar uma Conferência Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas”, disse o bispo. Segundo ele, “uma das missões que o laicato sai desta assembleia é trabalhar não só com os leigos, mas também no diálogo com os bispos, com os presbíteros, com as outras conferências dos religiosos, dos consagrados, a importância de o Conselho de Leigos ser reconhecido como uma Conferência Nacional, a exemplo das outras vocações na vida da Igreja”.

O fato de ter realizado na 42ª Assembleia Geral do Laicato é Manaus, leva a presidenta do CNLB, Sônia Gomes de Oliveira, a dizer que “de forma assertiva, quando nós pensamos o tema, testemunhas da Igreja do Reino, e trazer a 42ª Assembleia para a Amazônia, para Manaus, marcou muito como é ser testemunho do Reino numa Igreja como esta”. Ela disse que “nós saímos daqui com nosso lema, anunciar aquilo que vimos e ouvimos, e nós vimos testemunho de uma Igreja encarnada com a vida, uma Igreja que é comprometida”, insistindo em que é marcante “a experiência que esta Igreja tem e que nos mostrou”.

Na celebração final, Sônia Gomes de Oliveira, que é membro do Sínodo sobre a Sinodalidade, foi enviada para a segunda sessão da assembleia, algo que ele vê como “mais uma vez abrir para esse jeito de Igreja sinodal, dar essa abertura para mulheres, leiga, também ser vista, representada, nessa corresponsabilidade na missão da Igreja”.

Uma assembleia que no Regional Norte1 pode ajudar, segundo o coordenador regional do laicato, Francisco Meireles, “a motivar mais os nossos cristãos leigos e leigas e assim fazer com que o trabalho do laicato do nosso Regional possa crescer nas nossas dioceses e prelazias e ser multiplicadores dentro das nossas paróquias, áreas missionárias e comunidades”. Para isso, serão preparados multiplicadores a partir daqueles que participaram da Assembleia, buscando implementar o conselho do laicato nas igrejas locais onde não tem e que possa continuar caminhando onde tem, e assim aumentar cada vez mais o trabalho do laicato.

Francisco Meireles insistiu na importância e necessidade da formação, “formar nossos cristãos leigos e leigas na dimensão espiritual, na vocação do cristão leigo e leiga, na missão do cristão leigo e leiga, e também na espiritualidade do cristão leigo e leiga, formando-o tanto para a comunidade como também para a sociedade, no campo da dimensão sociopolítica transformadora”.

Participar da Assembleia tem sido uma experiência muito rica para Vanda Carvalho, vice-presidenta do CNLB. Ela disse ter percebido “nos gestos de cada pessoa, que eles vão vivendo essa Igreja sinodal”, algo que ela vê como consequência do Sínodo para a Amazônia, que “ajudou muito nesse processo de caminhada deles”. Ela destacou a celebração de Corpus Christi no centro de Manaus com todo o povo de Deus da arquidiocese, que “estão imbuídos dessa caminhada, dessa alegria, dessa contemplação do corpo e sangue de Cristo no irmão que está precisando”.

A vice-presidenta do CNLB destacou a fala de dom Zenildo Lima, “que nos ajudou muito a entender essa realidade aqui dentro desta Igreja sinodal”. Ela, que disse ter sido a primeira vez em Manaus, tem vivido esse momento como uma experiência única e gratificante. Nessa perspectiva, Vanda Carvalho espera que “esses dias tenham trazido muita esperança para nós, e que nós possamos, a partir dessa experiência crescer com nossa espiritualidade, com nosso testemunho, onde estamos, sempre à luz dessa Amazônia, que é o próprio Evangelho de Cristo que está vivo aqui no nosso meio.

Texto: Luis Miguel Modino – Regional Norte 1

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