Papa Francisco revolucionou o papado. Também por ser o primeiro Papa argentino, latino americano e o primeiro jesuíta. O primeiro a se chamar Francisco.
Mas muito mais que isso, Papa Francisco fez valer sua origem geográfica, do Sul Global, sua formação sólida teológica, política e social.
E sobretudo fez valer sua fidelidade ao caminho aberto pelo outro Francisco, o santo de Assis, de onde inspirou todo um magistério anti capitalista, progressista, acolhedor, inclusivo, fortemente alicerçado na opção pelos pobres.
Bergoglio não escolheu um nome qualquer para seu papado, escolheu um programa de governo, que, durante doze anos inseriu a igreja nas grandes questões mundiais, promovendo outra economia (a economia de Francisco e Clara) outra forma de se relacionar com a natureza (a Ecologia Integral e Casa Comum), com a política (Amizade Social) e do agir da igreja (a igreja sinodal, anti clericalista e em saída).
Sua simplicidade era essência, propósito, prática e sabedoria. Um sopro enorme de renovação.
Em tempos de profetismos acanhados e escassos, Papa Francisco foi mais que um farol, foi um sol, a defender a causa Palestina, a causa dos migrantes, a causa da Amazônia, o protagonismo feminino, o respeito a diversidade sexual, a maior representação dos países em desenvolvimento no colégio cardinalicio.
Realizou no Vaticano três encontros mundiais com os movimentos populares, dos quais saíram declarações contundentes contra o neoliberalismo, dentre elas a famosa frase: “nenhuma família sem teto, nenhuma família sem casa, nenhum trabalhador sem direitos”.
Denunciou o golpe do impeachment de 2016 no Brasil (vale buscar o que ele falou na época, desnudando o uso de lawfare e das fake news, como golpes de novo tipo). Mandou um representante visitar Lula preso, e o recebeu assim que saiu da prisão. Enviou representante para visitar os atingidos de Brumadinho. Envolveu Jesus com o manto da Palestina no presépio de Natal.
Nos deixa um enorme legado em documentos de seu magistério, quem ainda não leu, leia.
Muito obrigado Papa Francisco.
Frederico Santana Rick
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